terça-feira, 10 de março de 2009
Durante a uma hora e meia que levei no trajeto de volta para casa hoje, vinha pensando na vida como quase todos os dias, quando uma imagem muito específica me veio ao pensamento: a transição de uma mulher sentada com pés de cadeira. A seguir veio outra: uma mulher cujas pernas começassem a se transformar em raízes.
Na verdade gostaria de desenhá-las. Mas meus poucos dotes artísticos ficaram esquecidos há anos atrás, quando larguei o curso de desenho recém começado. Várias vezes tive vontade de voltar e continuar aprendendo e criando, pois ainda tinha muito chão pela frente. Não importava muito se tinha ou não dom para a coisa, eu gostava de desenhar para mim. Não o fiz. Na época estava bastante entretida com a faculdade, o namorado, o trabalho... Além disso, a criatividade tinha uma vazão, que era a dança. Também não me importava, pelo menos não a princípio, se seria algo apresentável fora da sala de aula, mas quando passei a dar aulas e inventar coreografias e cenários para as minhas meninas, senti grande satisfação. Não obstante, isso também ficou para trás.
Nesse meio tempo, quase que imperceptivelmente, a rigidez foi tomando conta. Física, mental, emocional, espiritual. Com a folhagem tão densa, quase não percebi. Havia tantas distrações! Inclusive várias floradas! E assim o tempo foi passando.
Até que as folhas começaram a cair. Pouco a pouco, a realidade foi se mostrando e o peso dos galhos foi se fazendo notar. Pra que mesmo segurar tudo isso? De fato, flexibilidade nunca foi o meu forte. Mas parece que para compensar, fui somando braços e estendendo apêndices que dessem conta das necessidades, minhas e dos outros. Sem dúvida, existem vantagens. Essa postura traz resistência e uma aura de confiabilidade (que eu me pergunto se é mesmo real).
A questão toda é que, para alcançar as alturas, existem meios mais eficientes e menos limitados. Ando querendo chacoalhar esse monte de cascas ressecadas, soltar um pouco as raízes do chão. Mudar de ares, de casa, de hábitos!
A brisa da mudança balança os galhos, mas o que será necessário para transformá-la em uma atitude? Espero não levar o mesmo tempo que os Entes da Floresta de Fangorn levam para tomar uma decisão...
Baby steps. Então, só pra começar... vamos voar!
P.S.: Nem venham me perguntar como vai o ninho de passarinhos lá em cima. >:(
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Errrrr...
Como vai o ninho de passarinhos lá em cima? :D
Adorei o blog! Beijão.
hmpf...
:P
'brigadinha pela visita! ;)
Beijos!
Bóra crescer, pinheirão!
Postar um comentário