domingo, 23 de maio de 2010

Abandono total...


Esse blog está até empoeirado de tão abandonado que ficou... Mas isso é apenas um reflexo do meu grau de dispersão. Quando tenho vontade de escrever, pego o primeiro papelzinho que está disponível e não penso muito se vou encontrá-lo depois. A minha escrita continua sendo apenas uma forma de desabafo e não tanto uma forma de me comunicar com o mundo externo.

Enfim, continuo por aqui, entre um dilema ou outro. No momento, sentindo empolgação com o vislumbre de novos caminhos profissionais, mas ainda tentando encontrar a sintonia da ação.

Ontem eu estava pensando em como as coisas são mais simples na adolescência. Tempos atrás andei com uma certa nostalgia de quão determinada eu era quando era (bem) mais jovem. Eu tinha objetivos muito definidos, sabia exatamente o que queria e não me preocupava muito se o caminho ainda não estava claro pois tinha certeza que ele se delinearia com o tempo. E de fato, cumpri vários daqueles objetivos. Mas também, isso é fácil quando a gente não precisa se preocupar com absolutamente mais nada. Desde o sustento até a agenda da semana, estava tudo resolvido sem que eu precisasse me ocupar dessas coisas. Só sobrava mesmo decidir o que eu queria e ir atrás de, geralmente, um objetivo de cada vez. Como eu era feliz e não sabia!

Hoje tudo se embola, se atropela. Os objetivos têm que se encaixar no orçamento, entre dez obrigações de um lado e vinte do outro. Os prazos vêm e vão, enquanto me sinto cansada de equilibrar tantos pratos ao mesmo tempo. E isso que eu nem tenho filhos!

Tenho consciência de que isso não é uma questão apenas de idade, é uma questão também, e até talvez principalmente, dos tempos atuais. Simplesmente não há tempo de fazer tudo o que está disponível, visitar todos os lugares legais no mundo, ler todas as informações que me interessam, falar com todas as pessoas que sinto saudades... E nessa abundância de coisas, acabo fazendo muito menos do que poderia. A pressão de tantas escolhas, de tantos caminhos que deixam de ser trilhados, tira em parte o gosto bom das experiências vividas no momento presente.

Esse é um dos trabalhos do momento (ah, como seria bom se fosse o único, não? rs). Não é apenas uma questão de viver o fluxo dos acontecimentos e não se importar com o que deixa de ser vivenciado. As escolhas continuam sendo feitas. É, mais uma vez, determinar o que é essencial em cada objetivo. O fluxo é importante. O piloto automático é muito útil em vários aspectos do dia a dia. Bem ajustado, ele garante que vou comer bem, dormir o suficiente, cumprir horários, ser saudável, etc. Mas é com relação aos momentos de intervenção que sinto que devo me ocupar agora, assim como o tempo que deve ser dedicado ao cumprimento de cada objetivo. De maneira simplista, estabelecer prioridades.

Ainda assim, mais fácil dizer do que fazer...